5 personagens femininas que mudaram tudo

Uhura Star Trek

Tem personagens femininas consideradas fracas, personagens que chutam bundas ou odiadas. Aqui vão 5 personagens femininas que mudaram tudo.

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Primeiramente, o que podemos considerar como personagens que mudaram o mundo? Existem várias formas de se analisar e qualificar isso. Para essa lista, escolhemos pioneiras que reverberaram nas décadas seguintes tanto na ficção quanto na sociedade.

Devido ao papel da mulher na sociedade ser de plano de fundo por muito tempo, as personagens eram apenas vistas como esposas, filhas e namoradas. Apesar de os avanços existirem, ainda há um longo caminho que precisamos percorrer. As mulheres na ficção ainda não são sempre um verdadeiro reflexo de tudo o que uma mulher pode ser.

As 5 personagens a seguir são um bom começo para a conversa.

poison personagens femininas street fighter1. Poison, Final Fight e Street Fighter

Quando a Poison apareceu em 1989 em Final Fight, foi como vilã. Ela recebeu esse nome por conta da banda por algum funcionário que ninguém sabe quem é, a descrição era a de uma mulher “rebelde e maneira”.

Ela acabou caindo no gosto dos fãs da Capcom e indo para outros jogos da empresa, passando a ser personagem jogável e deixando o lado vilanesco de lado.

A questão é complicada no Japão, por conta das questões LGBTQIA+ por lá serem bem diferentes das nossas. Apesar disso, nos EUA ela é abertamente uma mulher trans.

Personagens trans em videogames, ainda mais em franquias grandes como Street Fighter, são praticamente inexistentes. Se você pesquisar personagens trans no Google, vai ler que a primeira personagem trans é a Birdo de Super Mario Bros. Um dinossauro que solta ovos pela boca. Ali, a trangeneridade era uma “excentricidade” para um vilão não-humano.

Enquanto isso, a Poison além de amplamente abraçada pela comunidade trans é a primeira humanização da questão transgênero em um videogame.

scully arquivo x personagens femininas2. Dana Scully, Arquivo X

Tanto Arquivo X quanto Dana Scully mexeram nas estruturas da ficção científica. A série de Chris Carter estreou em 1993 e capturou a atenção de todo mundo. A dinâmica da série fica clara logo no piloto: Fox Mulder acredita em tudo e Dana Scully acredita na ciência.

Quem deu vida à personagem foi Gillian Anderson, e a personagem criou um modelo para as personagens femininas cientistas. Elas começaram a ser como um epicentro de razão na obra, em contraponto com o papel de emoção e drama, como eram vistas anteriormente.

Em outras palavras, Dr. Temperance “Bones” Brennan, e Veronica Mars, e Cosima Niehaus (Orphan Black), e Abby Scuito (NCIS) e muitas outras são parte de um legado muito importante que criou outras  possibilidades para mulheres na ficção.

No entanto, o mais importante legado é o chamado “Efeito Scully”. A consultora científica da série, Anne Simon, ministrava aulas de introdução à Biologia na Universidade e percebeu logo que mais mulheres estavam estudando ciências.

Em 2018, o Geena Davis Institute on Gender in Media, realizou um estudo sobre a personagem. 50% das mulheres formadas na área científica afirmaram que o fizeram por conta da Agente Dana Scully.

Mulan Disney personagens femininas3. Fa Mulan, Mulan

Mulan é uma princesa da Disney que não é princesa, mesmo fazendo parte dessa linha na empresa do rato e existem várias considerações a serem feitas a respeito dela.

As princesas da Disney sempre seguiram um padrão, que começou a mudar com a Ariel em Pequena Sereia. A mudança era para personagens femininas mais “ativas” e veio naturalmente, com a mudança dos tempos. Na linha das princesas, antes da Mulan, houve mais duas não-brancas: Pocahontas e Jasmine.

Enquanto a Jasmine não era a protagonista do próprio filme, a Pocahontas é uma recontagem de uma história real, e de uma forma extremamente problemática. Nesse filme, podemos observar a romantização da vez que um colonizador roubou uma indígena de 14 anos da sua aldeia.

Mas a Mulan mudou TUDO. Antes de mais nada, a história é baseada em um conto chinês sobre uma guerreira e não sobre um apanhado de coisas da cultura. Mesmo tendo havido algumas liberdades com a história, que consertaram depois no live-action, Mulan sempre foi muito querido pela comunidade sino-americana.

Juntamente a ter uma protagonista que participa ativamente da luta e do destino da própria história, o filme acrescentou algo que virou regra para os filmes que seguiram. O motivo é simples, Ming-Na Wen é a dubladora da personagem e ela é chinesa. Sendo assim, a atriz se tornou a primeira atriz a dublar uma protagonista da mesma etnia.

mulher maravilha dc comics4. Mulher Maravilha, DC Comics

O primeiro super-herói a ter uma revista em quadrinhos foi o Superman, em 1938. O boom que surgiu depois fez com que muitos heróis fossem criados. A cada dia parecia que um novo personagem ganhava vida. Todos eram homens. Até 1941.

É difícil imaginar um mundo onde a Mulher Maravilha não exista. Esse fato se dá principalmente porque ela foi a primeira super-heroína DA HISTÓRIA. Antes dela, o clube dos com superpoderes era exclusivamente masculino.

Bem como o Clark Kent, a Diana Prince é vista como uma pessoa que não pertence à sociedade e é quase um deus. Na verdade, no caso da Diana não só ela é realmente uma deusa, como as suas histórias são normalmente ligadas à mitologia, principalmente a grega.

Se ainda hoje personagens femininos em histórias de super-herói são poucas, provavelmente não haveria nenhuma super-heroína se não fosse o sucesso da Mulher Maravilha.

Uhura Star Trek personagens femininas5. Nyota Uhura, Star Trek

Imagine os Estados Unidos em 1966. O exército estava recém-chegado no Vietnã, as marchas pelos direitos civis cada vez mais tomavam o país e o mundo estava no auge da Guera Fria.

Em meio a esse contexto surge Star Trek. A série original é pioneira por diversos motivos, nesse vídeo você saberá porque assisti-la. Não só havia um japonês e um russo na ponte, mas também uma mulher negra.

Personagens negras ainda são diminuídas na ficção, mas na época era impossível ligar a televisão e ver uma mulher preta em uma posição que não fosse de serviçal. Há uma história da Whoopi Goldberg (Mudança de Hábito), em que ela conta que assistiu à estreia de Star Trek e saiu gritando pela casa “Mamãe, tem uma mulher negra na TV e ela não é uma empregada!”.

Não só não era empregada, como era a responsável pela comunicação da nave, especialista em línguas e poliglota.

A pressão contra a existência da Uhura era tão grande, que o criador tinha que mantê-la como personagem com participação na folha de pagamento, pois o canal não autorizaria ela como uma coadjuvante fixa.

Também, Nichelle Nichols chegou a pensar em desistir por conta das ameaças. No entanto, Martin Luther King Jr. — sim, o próprio — pediu para que ela não desistisse porque o que estava fazendo era muito importante.

Interpretando um papel em um mundo num futuro onde a desigualdade não existia mais, Nichelle acabou ficando como uma forma de tentar garantir que esse futuro um dia chegasse.

 

Qual personagem feminina mudou a sua vida?

Assista ao vídeo que fizemos sobre personagens femininas que nasceram para sofrer.

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